Os servidores públicos entram dezembro com a 12ª semana consecutiva de atos concentrados contra a PEC 32, da Reforma Administrativa. Apesar de não ter os 308 votos necessários para aprovar a proposta e estar cada vez mais sem tempo, o governo Bolsonaro-Guedes e seus aliados no Congresso Nacional não desistiram de colocar em pauta o projeto que pode destruir os serviços públicos e direitos constitucionais da população brasileira.
Assim sendo, o trabalho de pressão continua na abertura do mês de dezembro. Seguimos recepcionando os parlamentares que chegam no aeroporto de Brasília para conversas e panfletagem. Os objetivos são convencer os parlamentares a votarem contra a reforma, e ampliar o diálogo com a sociedade alertando para os males da aprovação de uma proposta que quer entregar direitos essenciais para o lucro da iniciativa privada. Aos parlamentares o recado segue sendo um só: Se votar a PEC 32, não volta!
Quem não pode ir aos atos presenciais contra a PEC 32, deve participar das mobilizações pela internet. Acesse o “Na Pressão” e use as hastags#CancelaAReforma #SeVotarNãoVolta #NoPlenárioNãoPassa nas mensagens.
Chantagem
Ao mesmo tempo, depois de passar três anos promovendo o desmonte do setor público brasileiro, com o corte de investimentos e o cancelamento dos concursos públicos, o presidente Jair Bolsonaro está falando na possibilidade de reajustar o salário dos servidores neste período pré-eleitoral.
Desde o início do governo Bolsonaro, o funcionalismo público federal sofreu uma redução de 46.100 mil postos de trabalho. O número de vagas fechadas de 2019 a 2021 é maior que toda a ampliação registrada no governo de Dilma Roussef (PT): de 2011 a 2015, o país ganhou 42.300 novos servidores. No governo Lula foram 87 mil novos trabalhadores no setor público federal.
Hoje, existem mais servidores aposentados (656.621) que ativos (584.545). O contingente é o mais baixo desde 2011. O número pode parecer alto à primeira vista. Mas o Brasil possui cerca de 213 milhões de pessoas. A proporção de empregos públicos em relação à força total de trabalho no Brasil é baixa na comparação com os países desenvolvidos. O percentual de servidores públicos no Brasil é de 12,5%, enquanto a média dos países desenvolvidos é de 17,88%.
Segundo dados do Painel Estatístico de Pessoal, 36.800 mil servidores entraram na administração pública federal nos 10 primeiros meses de 2021 e só 8,6% desses servidores são concursados. Com a PEC 32 a situação só irá piorar. Isso porque Bolsonaro poderá contratar apenas seus aliados para assumir cargos em todos os órgãos e repartições públicas. (Com agências)