Reunidas na sexta-feira (14/1), entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) definiram pela participação no dia de lutas e mobilização que acontece nesta terça-feira (18/1). Em Brasília duas atividades estão confirmadas: às 10h em frente ao Banco Central e às 15h no Bloco P do Ministério da Economia, onde será protocolada uma carta de reivindicações. Nos outros estados os servidores participarão principalmente via internet, circulando mensagens sobre o assunto com a hashtag #18J.
No centro da pauta estará a cobrança de 19,99% de reposição salarial para todos os servidores federais. O índice corresponde a perdas inflacionárias de 2019 a 2021, equivalente aos três anos de governo Bolsonaro. Só em 2021 essa perda foi de 10,74%, que corresponde ao IPCA do período.
As atividades do dia 18 serão o pontapé inicial da Campanha Salarial unificada dos servidores federais. A agenda de mobilização da categoria terá continuidade com manifestações no dia 24 de janeiro, que marca o Dia Nacional de Luta dos Aposentados. Ainda esse mês, no dia 27 uma Plenária Nacional dos Servidores Públicos será realizada de forma virtual, e no dia 28 a categoria promove uma coletiva de imprensa para divulgação do calendário de luta e da campanha salarial 2022.
“Afilhados”
A crise com servidores públicos foi iniciada com a declaração de Bolsonaro de que concederia reajustes apenas a carreiras ligadas à polícia, considerada base de apoio desse governo. A promessa gerou reação imediata dos demais servidores federais. Uma onda de protesto que incluiu entrega de cargos e debate de paralisações teve início já no final do ano passado.
A crise levou membros do governo a se manifestarem contra o aumento propagado por Bolsonaro. Após um período de declarações confusas, na semana passada o presidente afirmou que “não está garantido reajuste a ninguém”. A nova postura, no entanto, vem gerando indignação também junto as carreiras policiais. Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) temem que a decisão sobre um reajuste linear tenha que passar pela corte.
Fato é que frente a esse cenário de incertezas apenas a mobilização e a unidade dos servidores em torno de uma luta justa por reposição salarial podem ajudar a categoria. A maioria amarga cinco anos de salários congelados com perdas que podem ultrapassar 40%.
Fevereiro e março
As atividades de janeiro vão seguir debatendo a possibilidade de uma greve geral no setor público. Na reunião do Fonasefe as entidades sinalizaram para a realização de uma jornada de luta com estado de greve entre os dias 14 e 25 de fevereiro. Um indicativo de greve nacional foi apontado para o dia 9 de março. (Com agências)