• 6 de setembro de 2024 18:37

Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro

O Sintrasefe – Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro – foi fundado em 26 de setembro de 1989. Entidade sindical representativa dos servidores públicos federais da administração direta e indireta no Estado do Rio de Janeiro, o Sintrasefe tem em sua base cerca de 250 mil servidores, dos quais 35 mil estão filiados, distribuídos em cerca de 60 órgãos públicos.

Em nota, entidades de servidores repudiam PEC dos precatórios, da Reforma Administrativa e Teto de Gastos

ByImprensaSintrasef

dez 10, 2021

As entidades de servidores públicos das três esferas (União, Estados e Municípios), signatárias desta nota pública, manifestam total contrariedade à Proposta de Emenda à Constituição 23 (PEC dos Precatórios), de 2021, proposta pelo governo Bolsonaro com o objetivo central de abrir brecha na nefasta política de Teto de Gastos, implementada pela Emenda Constitucional (EC) nº 95, causadora maior do calote proposto na referida PEC e também pelos retrocessos sociais que o país vive desde o Golpe institucional contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016.

Não tivesse o país algemado à política do Teto de Gastos, o Congresso Nacional não estaria nesta sinuca de bico de ter que aprovar outra emenda constitucional para driblar aquilo que ele mesmo (Congresso) aprovou em dezembro de 2016. Trata-se não só de contradição, mas, sobretudo, de confissão de que a EC 95 precisa ser revogada imediatamente.

Por outro lado, o governo elegeu financiar o Auxílio Brasil, em substituição ao Bolsa Família, que agregava outras garantias sociais às famílias assistidas, com o olhar na reeleição de Bolsonaro e furando o Teto de Gastos. Contudo, continua sabotando as demais políticas públicas essenciais, como saúde, educação, transporte, segurança, moradia, emprego decente, sendo que todas elas necessitam de investimentos crescentes e perenes, mas, ao contrário disso, têm sofrido cortes sucessivos ao longo dos últimos anos, a maioria por limitações impostas pela EC 95.

Além dos contrassensos e do calote em credores da União, dos Estados e Municípios – visto que a PEC 23 autoriza parcelamentos e deságios em todos os entes federados –, a proposta que será avaliada novamente pela Câmara dos Deputados, depois de ter sido aprovada no último dia 2 no Senado, traz vários prejuízos para a população e os serviços públicos. O principal deles refere-se ao contrabando incluído no meio da tramitação da primeira passagem da PEC na Câmara dos Deputados, que é a securitização de dívidas ativas da União, Estados, DF e Municípios.

Momentaneamente, esse ponto foi retirado pelo Senado, mas nada garante que não voltará! Essa prática retira dos orçamentos públicos, antes mesmo dos repasses obrigatórios para a educação e a saúde, valores que serão destinados a instituições financeiras privadas com a suposta intenção de resgatar dívidas ativas de difícil recebimento. Seria algo próximo à DRU (desvinculação de receitas da União), mas que se aproxima mais de agiotagem gerida por bancos e financeiras que administrarão esse negócio super lucrativo. Basta dizer que o Tribunal de Contas de Minas Gerais impediu essa prática na capital Belo Horizonte e em âmbito do Estado, em razão dos prejuízos causados aos cofres públicos. Mas a PEC 23 constitucionaliza a tramoia.

Outra incoerência da PEC é de condicionar acordos de dívidas previdenciárias de Municípios com a União à necessidade de regulamentação da EC 103 (Reforma da Previdência) na esfera municipal. Com isso, os servidores públicos das municipalidades que possuem regimes próprios de previdência, e que firmarem acordos com a União, estarão condicionados às regras previdenciárias que aumentaram a idade mínima e o tempo de contribuição para a aposentadoria, reduziram a base de cálculo dos benefícios e pensões, limitaram a pensão por número de dependentes, colocaram fim ao tempo especial de contribuição para o magistério, além de já terem sofrido o aumento de alíquotas previdenciárias para ativos e aposentados.

Mais uma polêmica da PEC refere-se ao pagamento de vouchers (cheques) em creches. Ao invés de investir os recursos públicos em creches públicas, o governo prefere financiar instituições privadas, nos termos da Medida Provisória nº 1.061/21.

Por essas e outras questões, as entidades abaixo subscritas repudiam a aprovação da PEC 23 e solicitam aos deputados e deputadas seu arquivamento. Exigem, também, ao Congresso Nacional, a revogação da EC 95 por comprometer o financiamento das políticas públicas, a valorização dos servidores e a adoção de políticas anticíclicas de estímulo ao emprego e de assistência digna e permanente às famílias desamparadas e que passam fome no Brasil. Finalmente, lembramos que mantemos nossa exigência e nossa campanha em sólida unidade pela rejeição total e completa da reforma administrativa, PEC 32, que é outro ataque em regra aos direitos da população.

Por mais e melhores serviços públicos, nem 23 nem 32!

Brasília, 07 de dezembro de 2021

Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação – CNTE
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social – CNTSS
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal – Confetam
Federação Nacional dos Servidores e Empregados Públicos Estaduais e do Distrito Federal – Fenasepe
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Condsef
Federações de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico – PROIFES Federação
Central Única dos Trabalhadores – CUT Nacional

(Foto: Nando Neves)

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O Sintrasef – Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro

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