A reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) desta terça-feira (29/8) terminou em frustração para servidores federais, que aguardavam resposta do governo sobre a pauta econômica da categoria que amarga perdas salariais nos últimos anos superiores a 30%. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que o governo tem apenas R$1,5 bilhão para todas as demandas, incluindo aumento salarial, benefícios e reestruturação de carreiras.
“Na prática, infelizmente, não existe possibilidade de discutir recomposição neste cenário”, pontuou Pedro Armengol, diretor da Executiva Nacional da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No universo de 1,2 milhão de servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas, com esse aporte apresentado pelo governo uma proposta de recomposição não chegaria nem a 1%. “Sem mobilização essa realidade não será alterada”, adiantou Armengol.
De acordo com o secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijoó, o objetivo do governo é trabalhar para ampliar os recursos disponíveis. Mas o debate de um aditivo estaria atrelado a uma mudança no cenário de arrecadação esperado para o segundo semestre.
Para Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef, o montante informado pelo governo para investimento no funcionalismo está muito aquém do necessário para o debate de reconstrução do Estado brasileiro, uma das bandeiras centrais de campanha que ajudou na recondução do presidente Lula ao seu terceiro mandato.
“Levando em consideração que apareceram R$300 bilhões para a turma do agronegócio, parece gorjeta para nós. Não é possível! Nós lutamos muito para mudar o cenário político brasileiro, mas as políticas públicas não irão avançar com essa proposta apresentada hoje”, destacou o secretário-geral. “Devemos ficar atentos e vamos construir um calendário de mobilização. O momento é de mobilizar para disputar o orçamento”, defendeu.
Luta
Nesta quarta-feira (30/8) os servidores já começaram a disputa pelo orçamento e pelo respeito aos serviços e servidores públicos. Pela manhã, entidades realizaram um protesto no Espaço do Servidor, na esplanada dos ministérios, contra o montante reservado ao funcionalismo. À tarde, participaram audiência pública na Comissão Mista de Orçamento.
“Vai ter mobilização! Vai ter pressão!”, afirmou Sergio Ronaldo.
Acompanhe o calendário e participe da construção dessa luta por aporte orçamentário para 2024! (Com agências)