Servidores públicos federais no Rio, em Brasília e em diversas cidades do país realizaram nesta quarta-feira (24/1) um Dia Nacional de Luta. A jornada aconteceu na mesma data do Dia Nacional do Aposentado e dos 101 anos da Previdência Social. Além de manifestarem-se contra a proposta de reajuste salarial do governo para a categoria (sem incremento salarial, apenas ganhos nos auxílios alimentação e creche) e o ritmo das negociações, os servidores apontaram o tratamento desigual entre ativos, aposentados e pensionistas nas propostas governamentais.
No Rio as atividades concentraram-se em frente ao prédio do Ministério da Saúde, na rua México, no Centro. O local escolhido teve por objetivo fazer o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) desistir da tentativa de passar a gestão do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que tem servido como uma porta de entrada para terceirizações de serviços, divisão e precarização da força de trabalho dos empregados.
Todos contra as privatizações
Além da luta contra a entrega dos hospitais da rede federal para a Ebserh, os servidores cobraram reajuste salarial digno, incorporação das gratificações, reestruturação das carreiras, pagamento do piso da enfermagem em valores integrais, concurso público, fim do sucateamento na Vigilância em Saúde e no INSS, e reajuste salarial extensivo aos aposentados. “Queremos que os aposentados também recebam os aumentos. O aposentado não pode ficar de fora, a luta é de todos! Porquê hoje você está na ativa, mas amanhã você está aposentado. E aí como é que fica?”, questionou Maxwell Santos, diretor do Sintrasef e servidor do Ministério da Saúde.
Após a concentração em frente ao prédio do Ministério da Saúde, representantes do Sintrasef e de várias entidades de servidores saíram em passeata pelo quarteirão convocando a população a unir forças com os servidores por um serviço público digno e gratuito para todos. “Com unidade na luta vamos enfrentar à Ebserh e os desmontes. Vamos ampliar as estruturas federais em busca de qualidade para o paciente, para a maioria da população. A Ebserh reserva leitos para o setor privado, para planos de saúde. É um absurdo utilizar a unidade pública desse jeito. Não aceitaremos!”, afirmou Maria do Socorro, também diretora do Sintrasef e servidora do Ministério da Saúde.
Servidor é guardião do Estado
Saulo Carvalho, servidor do INPI e diretor do Sintrasef, apontou o fim da estabilidade do servidor no modelo Ebserh como um prejuízo pontual ao acompanhamento do paciente e geral ao estado brasileiro. “Porque o servidor estável traz um serviço de qualidade para a população e um serviço de segurança também, pois ele não sofre pressões, ele é um agente público com poder de denúncia e com poder de ação. Então ele defende o próprio Estado, a própria população e todo o conjunto planejando e abrangente da Saúde pública”, pontuou ele.