O governo federal usa o argumento que a reforma da Previdência promulgada ano passado prevê desligamentos após a aposentadoria para promover demissões em massa de trabalhadores da ativa nas estatais brasileiras.
Os desligamentos, que provocam um apagão de conhecimento, é uma das táticas do governo para sucatear as estatais, demitindo sem substituir, sem fazer novos concursos para repor os trabalhadores que foram desligados e, assim, facilitar o processo de privatização do patrimônio brasileiro, que pode ser vendido a preço de banana.
O governo ignora que, enquanto destrói o patrimônio público, a qualidade do atendimento prestado à população é afetada, como no caso do apagão do Amapá, onde houve sucateamento, demissão, privatização e na hora em que faltou energia no estado, trabalhadores experientes da estatal Eletrobras foram chamados para resolver a trágica situação.
Indiferentes ao legado nefasto que vão deixar para o país, técnicos do governo utilizam a brecha na lei para sucatear e desmontar as estatais que estão na mira das privatizações como o Serpro, a Eletrobras, a Petrobras e os Correios, entre outras. Nessas empresas, as demissões estimuladas por Planos de Demissões Voluntárias (PDVs) e o assédio moral e pressão para que os trabalhadores se desliguem são constantes.
Demissões em alta
Só no 4º trimestre de 2019, o quadro de funcionários das estatais diminuiu em 13,4%, admite o governo no Boletim das Empresas Estatais Federais (BESF) da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, ligada ao ministério da Economia.
Apesar de contar com mais de 476 mil servidores, o Brasil ainda não tem um quadro suficiente para atender com mais qualidade a população. E ao contrário do que divulga o governo neoliberal, o país não tem excesso de servidores, e sim falta de pessoal.
Um levantamento feito pela Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) conclui que o Brasil tem um percentual de 12,5% de servidores públicos em relação à população empregada, bem abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na análise da entidade, fica demonstrado que o Brasil está muito abaixo da média da OCDE para esse indicador, de 22%. (Com agências / Foto: Nando Neves)