A Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) entre representantes dos servidores e do governo federal foi retomada nesta quarta-feira (28/3) e terminou mais uma vez sem o avanço esperado. No mesmo dia, atos e mobilizações aconteceram em diversos estados do país pedindo remuneração salarial real aos servidores e defesa do serviço público. No Rio, o Sintrasef participou da mobilização e alerta da população realizado no Buraco do Lume, na Carioca, no Centro da cidade.
Mesmo com a pressão dos servidores, o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) informou que o governo não acatou a contraproposta unificada apresentada pela bancada sindical e que apenas em três meses uma nova reunião da mesa deve acontecer. Os representantes dos servidores estão agendando reuniões com suas filiadas para debater um calendário de ação. Uma greve do funcionalismo não está descartada.
Equiparação e reposição
Na contraproposta unificada, além da equiparação dos benefícios com os demais poderes, os servidores do Executivo buscam a reposição de perdas salariais das categorias, sendo os percentuais construídos a partir de dois blocos distintos.
O primeiro bloco são das categorias que tiveram reajuste bianual (2016 e 2017) e o segundo das categorias que tiveram reajuste em quatro anos (2016, 2017, 2018 e 2019). Os 9% do reajuste emergencial concedidos em 2023 pelo governo Lula também estão no cálculo. Entre 2024 e 2026 os servidores do Bloco I teriam reajuste de 10,34% (total 34,32%), enquanto os servidores do Bloco II teriam 7,06% (Total 22,71%).
A equiparação dos benefícios do Executivo com os dos outros poderes e revogação de todas as medidas e regramentos infraconstitucionais do desgoverno Bolsonaro também seguem sendo cobrados na mesa de negociação.
Governo arrecada
Segundo o MGI, uma mudança no cenário dependeria do aumento na arrecadação, o que já aconteceu em janeiro, com o governo registrando quase R$ 80 bilhões em superávit, um avanço de mais de 7% em termos reais.
Parlamentares que participaram do ato dos servidores em Brasília afirmaram que há verba para investimento no setor público, e que reajuste zero para o funcionalismo público não cabe em um governo que quer combater a fome e enfrentar as desigualdades sociais. (Com agências) (Foto: Nando Neves / Arquivo)