Servidores públicos seguem cobrando uma resposta do governo Bolsonaro para atendimento de uma reposição salarial emergencial. A categoria amarga mais de cinco anos de salários congelados. O sábado (9/4) foi marcado por mais um dia de luta pelo fim do governo Bolsonaro. Servidores da base da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef) engrossaram em diversas cidades o coro dos que cobram melhor distribuição de renda, políticas e serviços públicos que atendam a população brasileira em sua totalidade.
Para seguir fortalecendo a luta dos servidores federais por uma reposição salarial emergencial, as entidades reunidas no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) aprovaram mais uma Jornada de Luta que vai acontecer entre os dias 25 e 29 de abril.
Atos e protestos vão acontecer em todo o Brasil, além de uma caravana que a Brasília reforçar um grande ato no dia 28. Até lá, fica mantida a vigília diária e permanente em frente ao Bloco P do Ministério da Economia, onde o ministro Paulo Guedes dá expediente.
Recomposição de 19,99%
Desde o final do ano passado a categoria vem se movimento e buscando reforçar as mobilizações em torno de uma recomposição salarial capaz de aplacar as perdas sofridas nos últimos anos. Só nos três anos de governo Bolsonaro as perdas acumuladas ultrapassam os 19,99%, pleito protocolado no Ministério da Economia ainda em janeiro pela maioria do setor.
No fim de março, a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público protocolou uma solicitação de audiência pública com o Ministro Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. O objetivo é tratar da recomposição salarial reivindicada pelos servidores públicos federais. Até agora o requerimento não foi respondido. A frente lembra que a reivindicação dos servidores não se trata de aumento e sim um direito previsto.
Ao invés de negociar e promover um diálogo com a categoria, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prefere continuar ‘atacando’ os servidores. Em mais uma de suas declarações polêmicas, o ministro disse em encontro voltado para o mercado financeiro que conceder reajuste salarial poderia trazer de volta o período de hiperinflação, anterior ao Plano Real.
A declaração deve ser fortemente rechaçada já que enquanto mantém salários do funcionalismo sem qualquer reajuste, o governo Bolsonaro já é responsável por uma inflação superior a 20%. Só nos três primeiros meses desse ano a inflação alcançou 3,22%, perto da meta anunciada para o ano todo.
A Condsef/Fenadsef reforça que os recursos existem para que o governo atenda a reivindicação de reposição salarial emergencial do funcionalismo. Só no ano passado, a arrecadação federal cresceu 17,3%. Além disso, as contas públicas tiveram um superávit de quase R$ 65 bilhões. Em contrapartida, despesas de pessoal tiveram uma redução de cerca de R$19 bi sob o discurso de ‘contingenciamento’ pregado pelo governo. Sinônimo de desmonte. (Com agências) (Fotos: Nando Neves)