Servidores públicos federais participaram nesta quinta-feira (28/4) em diversas cidades do país do Dia Nacional de Luta, atos, mobilizações e paralisação de 24 horas por reajuste salarial emergencial de 19,99% como recomposição das perdas acumuladas nos últimos anos. A data faz parte da Jornada de Lutas que começou na última segunda-feira (25) e vai até o dia 29 de abril.
No Centro do Rio, servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fizeram assembleia na Cinelândia para informes e reforço da greve, que além do reajuste reivindica também concurso público, melhoria das condições de trabalho e valorização da carreira do seguro social.
Em Brasília, a categoria fez vigília em frente ao Ministério da Economia. Os servidores pressionam o governo a montar uma mesa de negociação, mas a equipe do presidente se recusa a receber os representantes dos trabalhadores e das trabalhadoras para negociar. Sem debater as reivindicações, o governo anunciou um reajuste de apenas 5%, percentual que não repõe sequer os últimos doze meses de inflação.
De acordo com a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disparou e registrou a maior alta desde a criação do Real, há 28 anos. A alta acumulada nos últimos 12 meses (março de 2021 a março de 2022), é de 11,30%.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado nas correções salariais, registrou em março a maior variação para o mês desde 1994 e acumula alta de 11,73% nos últimos 12 meses.
A reação dos servidores é pressionar por meio de greve. É o caso dos trabalhadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), parados desde o dia 23 de março; e do funcionalismo da educação básica federal, associados ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que parou no último dia 16. Os servidores de 17 unidades da Federação do Ministério do Trabalho e Emprego também estão em greve desde a semana passada.
As categorias representadas pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) exigem do governo uma proposta oficial, detalhada, que atenda igualmente ativos e aposentados e que avance verdadeiramente contra as perdas inflacionárias. (Com agências / Foto: Nando Neves e divulgação)