Quarta-feira (2/2) marcou a reabertura dos trabalhos no Congresso Nacional, e foi também dia nacional de mobilização a favor da reposição emergencial linear para todos os servidores e em defesa dos serviços públicos. Os salários da maioria do funcionalismo estão congelados há pelo menos cinco anos, algumas perdas podem ultrapassar 40% segundo levantamento do Dieese. Para a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef) isso só prova que os servidores precisam lutar contra a desvalorização cada vez maior do funcionalismo público.
O tempo está correndo e a união da categoria é essencial para que até abril deste ano se consiga a reposição salarial para todos os servidores públicos! Em coletiva à imprensa, representantes dos servidores, incluindo a Condsef/Fenadsef, Fonasefe, Fonacate e centrais sindicais, entre elas a CUT, falaram sobre os atos que aconteceram durante o dia e explicaram motivos da pressão para que governo conceda reposição emergencial linear a todos e todas.
Representando a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, a deputada federal Alice Portugal reforçou a importância da mobilização dos servidores e lembrou que essa mobilização garantiu que a PEC 32, da reforma Administrativa, não fosse votada no ano passado e dificilmente será pautada em ano eleitoral. Mas, lembrou a deputada, a mobilização e organização da categoria seguem fundamentais nesse cenário para derrotar a PEC 32 e também viabilizar uma reposição emergencial linear ao funcionalismo.
À noite, em notícia publicada pelo jornal “O Tempo”, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, reafirmou que categorias ligadas à segurança pública serão beneficiadas pelo Orçamento 2022. Barros pediu compreensão e disse que sindicatos das demais categorias “precisam se entender”.
“O governo sequer abre um canal de diálogo com servidores e vem pedir compreensão a sindicatos? Pergunte aos milhões de trabalhadores do setor público que estão lutando contra falta de investimento e condições adequadas de trabalho para atender a população também em meio à pandemia e seguem com salários congelados e defasados há mais de 5 anos. Ninguém aqui está cobrando absurdos. Vamos seguir exigindo tratamento isonômico e respeito”, pontuou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef.
Durante todo o dia de lutas as entidades lembraram ainda que a reposição linear é “viável e legal”. Há dinheiro no orçamento e condições jurídicas para o reajuste da categoria. Além disso, a reposição das perdas inflacionárias para todas as categorias está prevista no artigo 37 da Constituição Federal. (Com agências) (Foto: Nando Neves)