O Sintrasef participou nesta quarta-feira (24/4) do ato unificado dos servidores da Saúde contra a tentativa de desmonte dos hospitais federais no Rio. Logo após o ato, os servidores iniciaram uma vigília em frente ao Núcleo Estadual do Rio de Janeiro (Nerj) do Ministério da Saúde, na rua México, 128, Centro, para pressionar o ministério a rever a entrega da gestão dos hospitais federais. Tal manobra do ministério abre perigosíssimo caminho para terceirizações, privatizações e completo desrespeito ao servidor e aos usuários do sistema público.
Servidora do Ministério da Saúde e diretora do Sintrasef, Maria do Socorro afirma que “os servidores, inclusive em nome da população, estão fazendo exatamente o que o presidente Lula pediu durante sua campanha: que seja cobrado!”. A diretora do Sintrasef diz “ser preciso que a ministra Nísia e o presidente Lula se afastem do ‘Centrão’, do Lira, porque esses têm interesse privado no montante de dinheiro que é para ser executado nos hospitais federais. É ali que tem que entrar esse dinheiro, nos hospitais, e não na mão do setor privado”.
Protestos continuarão
Além da vigília no Nerj, o conjunto dos servidores fará no mês de maio atos localizados em quase todos os hospitais e institutos que correm o risco de serem entregues a gestões que não representam 100% o SUS ou o Ministério da Saúde.
O Ministério está com a portaria praticamente pronta para executar a entrega das unidades federais no município do Rio. Pela portaria, o Estado do Rio ficaria com o Hospital Federal do Andaraí e o Hospital Federal da Lagoa. O Município do Rio ficaria com o Hospital Federal Cardoso fontes e o Hospital Federal de Ipanema. O Grupo Conceição com o Hospital Federal de Bonsucesso. A Ebserh com o Hospital Federal dos Servidores. Parcerias Público Privada (PPP) ficariam com o Instituto Federal de Traumatologia e Ortopedia (Into), o Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Para Haydée Lopes, servidora do Inca e diretora do Sintrasef, o momento é de conscientizar a categoria dos riscos que todos correm. “Fomos pegos de surpresa! E a categoria ainda não está consciente das perdas que isso pode gerar para o dia a dia no trato com os pacientes e para suas carreiras enquanto servidores públicos. Então é hora de mobilização. Faremos ato público no Inca e despertaremos a comunidade para essa luta, para mantermos o Inca 100% público e com tratamento de excelência para todos aqueles que atravessam suas portas”, diz ela.